Escrito por:
Gabriel MonteiroPublicado em:
"Estrada nos EUA utiliza resíduos radioativos e gera debate sobre segurança pública!"
O fosfogesso surge como resíduo durante a produção de ácido fosfórico, componente-chave dos fertilizantes. Este material contém traços de rádio, que se decompõe e libera radônio, um gás perigoso para a saúde, especialmente em ambientes confinados. Tradicionalmente, o fosfogesso é armazenado em grandes montes isolados para evitar contato humano. A ideia de usá-lo em estradas é uma tentativa de reaproveitar esse resíduo de forma funcional.
Na Flórida, foi aprovada a construção de uma estrada de teste composta por trechos alternados: alguns com fosfogesso e outros com materiais tradicionais. Cada segmento contendo o material radioativo possui 152 metros, enquanto os trechos convencionais medem 91,4 metros. O revestimento de asfalto sobre o fosfogesso visa isolar o material, reduzindo a exposição direta à radiação.
Segundo a EPA, o ambiente controlado do projeto limita os riscos ao público. No entanto, especialistas alertam que fissuras ou desgaste do asfalto podem comprometer essa proteção ao longo do tempo.
O projeto busca transformar um problema em solução ao usar o fosfogesso, que normalmente é descartado em grandes pilhas. Além de economizar espaço de armazenamento, essa iniciativa oferece uma alternativa econômica e sustentável para o material..
Apesar disso, a ideia divide opiniões. Alguns especialistas acreditam que o encapsulamento no asfalto pode ser eficiente, enquanto outros destacam os riscos a longo prazo, como a liberação gradual de radônio na atmosfera.
A principal preocupação relacionada ao fosfogesso é o gás radônio, altamente radioativo. A exposição prolongada a esse gás é associada ao aumento do risco de câncer de pulmão. Embora a EPA defenda que o asfalto cria uma barreira segura, críticos temem que desgastes inevitáveis no pavimento comprometam essa segurança.
Outro ponto de preocupação é o impacto ambiental. A liberação de radônio ou a contaminação do solo poderia trazer consequências negativas para ecossistemas locais e comunidades vizinhas.
O uso de fosfogesso na construção de estradas não é uma ideia recente. Em 2020, a administração Trump autorizou projetos similares, mas essas decisões foram revertidas pelo governo Biden devido a preocupações ambientais e sanitárias. Agora, com o projeto piloto na Flórida, a discussão retorna, enfrentando resistência de ambientalistas e especialistas em saúde.
Redução de pilhas de descarte, otimizando o uso do espaço;
Menores custos de construção de estradas;
Proposta inovadora para transformar resíduos em recursos úteis.
Potenciais riscos à saúde devido à liberação de radiação;
Possível contaminação do meio ambiente;
Desafios de segurança em longo prazo com desgaste do asfalto.
O futuro do uso de fosfogesso em infraestruturas dependerá de estudos detalhados sobre os impactos desse material. Embora o projeto piloto possa fornecer insights importantes, é fundamental garantir que os benefícios econômicos e ambientais não sejam superados por riscos à população e ao meio ambiente.
A estrada da Flórida ilustra os desafios de equilibrar inovação e segurança. Qualquer solução que envolva materiais radioativos deve ser tratada com extremo cuidado, priorizando o bem-estar coletivo. Por enquanto, a polêmica continua e o debate está longe de ser encerrado.